sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Segunda, 27/08/09 - 3ª parte

Compras num mini-mercado, ingredientes para uma boa sopa, para umas sandochas e claro leite para o Kefir da Beta que já deve estar a redigir o testamento....
somos alertadas para não fazer barulho
somos alertadas para deixar o carro no número certo
somos alertadas para limpar convenientemente o fogão
somos alertadas para não riscar a placa
somos alertadas para apenas limpar com água
somos alertadas para não riscar a placa
somos alertadas para apenas limpar com água
somos alertadas para não riscar a placa
ssscchhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!!!!
As meninas empenham-se em fazer uma sopa sob o olhar zooommmm de N. Uma esponja limpa a banca. Marcação cerradíssima que não perde um movimento, um gesto. uma esponja limpa a banca. descascam-se cebolas e batatas. uma esponja limpa a banca. Deitam-se cenouras e espinafres. Uma esponja limpa a banca. Ambiente pesado.N. foi-se deitar. São 9 da noite!!!!!
Entretanto, ligo ao Jonathan para saber se afinal amanhã temos ou não guia. Pena. Muita pena. Vai trabalhar. Conta que hoje foi buscar delegados brasileiros ao aeroporto. Estão a ajudar a ultimar os preparativos. Diz-me ele, em jeito de despedida: "Não te preocupes, Si. vamos nos ver em breve." Ok Babe, Watch on the guard!"
A sopa deliciosa é comida debaixo de sussuros. Acho que nestes dois dias de silêncio forçado, já consigo ler algumas palavras nos lábios das minhas amigas. A vida de convento não é nada fácil!
Dilema: lavamos a loiça e fazemos barulho ou não lavamos a loiça e passamos por umas abusadas?
Lavamos a loiça. N. imediatamente aparece à porta:
- Não adianta, enquanto não se deitarem, não consigo dormir.
Ok. Pezinhos de lã. Comunicação por gestos. Já não temos coragem para pedir o ferro de passar. Mas afinal o que se passa? O grupo das 5 reune-se. É preciso compreender a mudança súbita de N. Percebemos que não aparecemos na melhor fase. Mas como é que vamos sobreviver até quarta? Sentimos no ar que poderá haver ameaça de expulsão a qualquer momento. Corremos o risco de amanhã dormirmos na rua. Olhamos para o saco-cama que AnaS tem usado. Nem pensem, o saca-cama é meu!
Convidamos a N. par ir jantar connosco no dia seguinte. Ela concorda, se, claro, não for muito tarde.
Ataque de riso nocturno com o ressonar da Beta. Há uma porta que se entreabre. Uma mão gigante que aponta para a porta e grita RRRRRUUUUAAAAAA!!!!. Malas que voam pela janela. Não, nada disso... ou melhor hoje não.
De manhã, não há croissants para ninguém.

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